sábado, 26 de setembro de 2009

Termoelétricas e indústria sujam a matriz energética brasileira

As emissões de carbono feitas pela indústria brasileira cresceram 77% entre 1994 e 2007. No mesmo período, a emissão por queima de combustíveis fósseis subiu 49%. Os números, apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente, mostram que, apesar do desmatamento ainda ser a principal fonte de CO2 no Brasil, os combustíveis e a indústria passam e ter uma importância muito maior como poluidores do que há 13 anos. "A preocupação vai continuar sendo a floresta, claro, mas a importância da energia e da indústria passa a ser muito maior que em 1994. Precisamos de políticas públicas mais específicas", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
De acordo com Minc, a importância desses setores deverá subir de 18% em 1994 para algo entre 25% e 30%. Já o desmatamento, calcula, deverá ser responsável por 55% ou 60% das emissões brasileiras, contra 75% em 1994. Os dados divulgados hoje são uma estimativa feita com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da própria indústria. Em 1994, ao contrário, foi feito um inventário de emissões, mais acurado. No entanto, a metodologia usada foi a mesma, segundo Minc, e é possível fazer comparações.
O principal problema identificado do levantamento foi uma tendência de sujar a matriz energética brasileira, uma das mais limpas do mundo. Nos últimos 13 anos houve um aumento significativo no número de termoelétricas, usinas de geração de energia altamente poluentes. Enquanto as termoelétricas emitiram 10,8 milhões de toneladas de CO2 em 1994, em 2007 essas emissões passaram para 24,1 milhões de toneladas de gás carbônico.- Há um aumento significativo das termoelétricas. Temos que impedir esse aumento - disse o ministro do Meio Ambiente - Carlos Minc.O ministro ressaltou que está tentando aprovar uma resolução no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que obriga essas usinas a plantarem milhões de árvores para compensar a poluição que estão emitindo.


Em 1994, as emissões de carbono com a queima de combustíveis fósseis somaram 225.203 toneladas. Em 2007 chegaram a 334.696 toneladas. Foram as termelétricas as responsáveis pelo maior salto na quantidade de emissões no período. Nesses 13 anos, o crescimento foi de 122%, chegando a 24,1 mil toneladas. A consequência é que a matriz energética brasileira ficou mais suja: enquanto a geração de energia no País aumentou 71%, a emissão de carbono por essa mesma geração cresceu 122%.

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