quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mostra de Tecnologias Sustentáveis

Fonte: Portal EcoDesenvolvimento.org

Em sua terceira edição, a Mostra de Tecnologias Sustentáveis, promovida pelo Instituto Ethos, irá reunir tecnologias sustentáveis com alto potencial e viabilidade de implantação. Despertando o interesse das pessoas por boas iniciativas, o evento receberá desde novas metodologias, técnicas e sistemas até processos e equipamentos desenvolvidos visando o desenvolvimento sustentável.
Organizações e interessados em inscreverem seus projetos podem acessar o site do instituto e se cadastrar gratuitamente. A quantidade de tecnologias a serem divulgadas por cada pessoa não tem limite, a única exigência é que a tecnologia inscrita ofereça solução para determinada variável crítica da sustentabilidade e esteja classificada em uma ou mais das seguintes categorias:

* Tecnologias Verdes – que se concentram no uso racional de recursos naturais, água e energia, na valorização da biodiversidade, na redução ou reaproveitamento de resíduos e na mitigação das emissões de carbono;

* Tecnologias Inclusivas – que privilegiam a inclusão econômica, a valorização da equidade, a acessibilidade, a sociodiversidade, o combate à pobreza, a valorização do conhecimento tradicional e o acesso e garantia aos direitos e políticas públicas;

* Tecnologias Responsáveis – que focalizam a integridade, o combate à corrupção e a transparência, bem como o controle social dos agentes públicos e econômicos e o trabalho decente.

Paralela à Conferência Internacional – Empresas e Responsabilidade Social, que será realizada entre os dias 11 e 14 de maio de 2010, no Hotel Transamérica, em São Paulo, a mostra tem a intenção de promover a interação entre diferentes tecnologias que podem ajudar a mudar o cenário atual.

Para ler o regulamento e efetuar a inscrição de sua tecnologia, acesse o site ou entre em contato através do email mostra@ethos.org.br.

Para mais informações sobre Sustentabilidade: http://www.ecodesenvolvimento.org

Pesquisador prevê iniciar em 2012 produção industrial de painéis fotovoltaicos no Brasil

O engenheiro Adriano Moehlecke da PUC-RS, que desenvolveu módulos fotovoltaicos com padrão de eficiência próximo aos melhores do mundo, prevê para 2012 o início da fabricação dessa tecnologia em escala industrial no Brasil.

A equipe de pesquisadores da PUC-RS que desenvolveu a tecnologia para produção em escala de módulos fotovoltaicos agora trabalha na elaboração do plano de negócios da primeira indústria nacional no segmento.


“Desenvolvemos células de alta eficiência de conversão (17%) em escala laboratorial, com redução dos custos de produção”, afirma Moehlecke. “A eficiência das nossas celulas industrializadas atingiu 15,4%. A média mundial é de 14%. A melhor do mundo está em torno de 16%”.

Segundo Moehlecke, a pergunta que ficou (desde quando iniciou a pesquisa em 2002)foi se a tecnologia era viável em produção industrial. Então, os governos federal e estadual por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Petrobras, Eletrosul e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) financiaram o projeto para criação de uma mini-fábrica de produção das células solares.

A partir do final de 2004, foi iniciado o projeto para implantação da planta-piloto pré-industrial, cujo objetivo era verificar a viabilidade técnica e econômica da produção industrial. Foram investidos R$6 milhões durante os 5 anos do projeto.

“No final de 2009, entregamos os 200 módulos fotovoltaicos que produzimos ali para a Eletrosul, Petrobras, e CEEE”, disse Moehlecke.

Hoje, concluída a avaliação de viabilidade, o grupo está trabalhando na elaboração de um plano de negócios, exigência que está sendo bancada por investidores como CEEE e Eletrosul. A expectativa é que o plano esteja pronto até o final do primeiro semestre de 2010.

"No segundo semestre de 2010 negociaremos com os investidores. Acreditamos que esta fábrica esteja funcionando em dois anos e que serão necessários R$50 milhões para levantar a planta indústrial, com a qual prevemos produzir 10 megawatt ao ano”, disse Moehlecke.

Apesar da abundância do sol, no Brasil essa forma de produção de energia elétrica ainda é pouco usada. Segundo Moehlecke, o mercado internacional de energia solar vem crescendo a uma taxa de 80% ao ano, motivada pelos problemas ambientais atuais.

Uma casa utiliza em média nove metros quadrados de módulos fotovoltaicos que produzem cerca de 130 kwatt/hora de energia por mês, dados para a região sul do Brasil.

“A média do consumo de energia elétrica pelo gaúcho é de 160 kwatt/hora por mês. Na conta nós pagamos R$0,45 por kwatt hora”, disse Moehlecke.

Como o modulo só operara durante o dia, o professor sugere duas aplicações: uma na qual baterias acumulam energia durante o dia para serem utilizadas à noite e outra com ligação à rede pública com a qual haveria trocas.

“Vende-se à companhia elétrica o que se produz durante o dia e não é utilizado e durante a noite compra-se da companhia elétrica o necessário. Na Europa, Japão e alguns estados dos EUA isso já acontece. O Brasil ainda não tem regulamentação para isso”, disse. Com isso o consumidor poderá se transformar em vendedor de energia elétrica utilizando os telhados das casas.

“A partir do momento que você produz a energia que consome você deixa de utilizar energia de fontes emissoras de CO2”, disse o professor.

Moehlecke explica que no Brasil o custo dos painéis fotovoltaicos é alto porque o produto é importado, sofre com a grande carga de impostos e com atravessadores que estão entre indústria e consumidor.

O pesquisador ainda não sabe precisar o preço final dos módulos, o que deve ser definido pelo plano de negócios. Segundo ele, se o sistema brasileiro fosse comercializado na Europa, custaria cerca de R$15 mil para o consumidor final. A garantia de fábrica será de 25 anos, ou seja, durante um quarto de século o potencial do equipamento não será menor do que o indicada no momento da compra.

Entre os materiais utilizados para a fabricação do módulo estão o silício, pasta de prata e alumínio.

Boa parte da matéria-prima é encontrada no Brasil e embora o país seja um dos maiores produtores de silício do mundo, ainda não o produz com a qualidade exigida para fazer as células. Isso faz com que importemos o material que responde por até 40% do valor final dos módulos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

De vento em popa (sobre o leilão de energia eólica no Brasil)

O mais recente leilão de energia ocorrido no país mostra que o sistema de negociação criado para o setor está entre os mais desenvolvidos do mundo e começa a servir de
exemplo a outros países




Revista Exame – 30/12/2009

Há exatos cinco anos, o Brasil inaugurava, de modo cinematográfico, um novo sistema de negociação de energia elétrica. Na ocasião, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, uma espécie de bolsa privada de negócios designada para realizar as transações do setor, montou uma operação de segurança máxima para promover o primeiro leilão de energia do país. Os participantes da disputa - os principais executivos das empresas de geração -- foram isolados em suítes de um hotel da capital paulista. Antes de ingressar, todos tiveram de passar por detectores de metal para impedir a entrada de celulares, canetas, alianças ou qualquer objeto que pudesse ocultar transmissores ou receptores de sons, imagens ou dados. Dentro dos quartos, submetidos a uma varredura minuciosa, apenas mesas, cadeiras, computadores previamente vistoriados e um telefone que só se conectava com a central de apoio da CCEE. Uma vez na suíte, ninguém entrava ou saía antes do término do leilão.

O objetivo de tantas restrições era evitar o vazamento de informação. O maior receio do governo - que havia recém-aprovado em lei o novo modelo de negociação - era que os concorrentes conseguissem combinar preços, o que colocaria por terra todo o aparato pró-competição que se tentava criar na época. Há poucos dias, o 28o leilão de energia realizado no país, exclusivamente para usinas eólicas, contou com um aparato de segurança bem mais modesto. Cada empresa se reuniu onde bem entendeu e participou da negociação pela internet. A redução da segurança, no entanto, não diminuiu o nível de competição - nem de estresse - do evento. "A maior prova de que o leilão cumpriu seu papel foi o número de participantes e o preço final da energia", afirma Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, centro de estudos de energia elétrica. Inicialmente, 341 projetos de usinas foram inscritos, embora o número de participantes que efetivamente entraram na negociação seja mantido em sigilo. Sabe-se que 71 usinas saíram vencedoras. Essas usinas ainda não existem -- por enquanto são apenas projetos que terão de ser instalados até 2012 nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul e Sergipe para então produzir energia a partir do vento. No quesito preço, o leilão registrou o maior deságio médio de todos os realizados até agora, 21,5%. Em vez dos 189 reais por megawatt-hora médio estabelecidos como teto pelo Ministério de Minas e Energia, os contratos foram fechados por 148 reais, em média.


Os preços, que surpreenderam todo o setor, foram alcançados ao final de quase 8 horas de negociações. A CCEE funciona como uma bolsa que reúne produtores de energia (as geradoras) e consumidores (as distribuidoras, que vendem energia ao cidadão comum e às empresas). Na verdade, as distribuidoras não participam diretamente do leilão -- elas informam previamente ao governo quanto de energia precisarão no futuro, e a CCEE usa essa informação para executar a comercialização. Na hora do leilão, a CCEE busca baixar o preço até o limite em que a oferta cubra a demanda. Na prática, um sistema informatizado comanda o leilão e desconta, a cada lance, um percentual fixo do preço definido como máximo. A cada redução, os participantes são indagados pelo sistema se aceitam ou não vender a energia ofertada naquele valor. Assim que todos respondem, o sistema elimina os que declinaram e verifica se a quantidade de energia ofertada atende ao volume que se pretende comprar. Enquanto a oferta permanece maior que demanda, o sistema continua baixando o preço.

As reduções continuam até o ponto em que a oferta seja menor que a demanda. Aí, o jogo é invertido e os participantes chegam ao ápice do estresse. O sistema volta ao preço da rodada anterior e avisa aos participantes que eles têm 5 minutos para dar o último lance, o que significa oferecer o preço mínimo a que se propõem vender cada megawatt. Esse momento ocorreu após 75 exaustivas rodadas de descontos, que derrubaram o preço do megawatt-hora médio dos 189 reais iniciais para 155,15. "Foi uma tensão brutal, porque ninguém quer dar um preço muito baixo, mas também não quer ficar de fora", afirma Lucas Pescarmona, diretor do grupo argentino Impsa, que atua há 30 anos no Brasil. Ficar de fora, no caso da Impsa, significaria deixar de ganhar muito dinheiro, cerca de 100 milhões de reais anuais durante 20 anos. Para começar a receber esse dinheiro, a Impsa terá de construir até 2012 as oito usinas eólicas com as quais concorreu no leilão. Juntas, elas terão 211 megawatts de potência instalada. O investimento necessário para a construção dos parques, todos no Nordeste, será de 1,2 bilhão de reais. Outras empresas vencedoras foram Eletrosul, CPFL e Renova Energia, controlada pelo Fundo InfraBrasil, administrado pelo Santander.

O trabalho para participar de um leilão desse tipo começa muito antes da divulgação do edital. Na Impsa, começou há três anos e já custou 25 milhões de reais. Nesse período, a empresa alugou diferentes áreas no Ceará e no Rio Grande do Norte, onde instalou torres para medir os ventos e contratou consultorias especializadas nesse tipo de medição e também em licenciamento ambiental -- uma das regras do leilão é que só podem concorrer projetos já previamente licenciados pelos governos estaduais. Todo esse trabalho é o que permite definir o limite mínimo de preço aceitável durante a negociação. Os estudos de capacidade de produção e a engenharia financeira têm de ser rigorosos, pois qualquer erro pode implicar prejuízo. "De um lado, o leilão oferece contratos de longo prazo, o que é ótimo para os empreendedores. De outro, estabelece multas pesadas a quem não cumprir o acordo", afirma Wilson Ferreira Júnior, presidente da CPFL. Para participar do leilão, todas as competidoras tiveram de depositar uma garantia em dinheiro -- 100 milhões de reais, no caso da CPFL. "Esse tipo de regra impõe disciplina ao setor e evita a entrada de aventureiros", diz Ferreira.

O sistema de comercialização de energia por meio de leilões já é usado há décadas em países desenvolvidos. O sistema inglês, do início dos anos 80, é reconhecido por muitos especialistas como um dos mais avançados do mundo. Na Inglaterra, o governo não precisa interferir nos leilões -- as próprias empresas e os consumidores entram em acordo. "Por aqui, os leilões ainda são recentes, mas têm demonstrado uma evolução significativa, particularmente pelo número de investidores atraídos", afirma Virgínia Parente, professora do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. De acordo com Mario Veiga, consultor da PSR, uma consultoria especializada no setor, o mais importante é que o governo atua na organização do processo, mas não compra nem vende nada. "O papel do governo é coletar a demanda das distribuidoras, programar os leilões e manter a demanda total em segredo até o final. O fato de ninguém saber quanto será comprado aumenta a competição entre as geradoras", diz Veiga.

O modelo de comercialização brasileiro já despertou interesse em vários países. A CCEE e a Aneel já foram visitadas por diversas delegações estrangeiras de países como Colômbia, Costa Rica, Coreia do Sul, China e Tailândia. A Paradigma, empresa catarinense que desenvolveu o sistema de TI dos leilões, foi responsável pela operação do primeiro leilão eletrônico da Colômbia, meses atrás. Atualmente, está desenvolvendo o sistema para a maior empresa portuguesa de energia, a Galp, que comercializará eletricidade e petróleo nas bolsas europeias. "O sucesso dos leilões por aqui abriu as portas para a internacionalização da nossa empresa", afirma Gerson Schmitt, presidente do conselho de administração da Paradigma.

O fato é que os leilões brasileiros são tidos como um sucesso por quem mais importa -- os próprios investidores, que vão produzir a energia de que o país necessita. "Um dos pontos altos desse modelo de leilão é a transparência", afirma Enrique Pescarmona, presidente do grupo Impsa, que veio ao Brasil para acompanhar o leilão. "Não enxergamos maneiras de haver acordos por baixo da mesa, principalmente quando existem centenas de participantes na disputa." Em meio a blecautes por problemas em redes de transmissão, como o ocorrido em novembro, e ainda com a memória do desastroso racionamento de energia de 2001 e a ameaça que rondou 2008, não deixa de ser um alento que empresários e especialistas em energia afirmem que o país vem evoluindo no setor elétrico. Que continue assim.

Há exatos cinco anos, o Brasil inaugurava, de modo cinematográfico, um novo sistema de negociação de energia elétrica. Na ocasião, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, uma espécie de bolsa privada de negócios designada para realizar as transações do setor, montou uma operação de segurança máxima para promover o primeiro leilão de energia do país. Os participantes da disputa - os principais executivos das empresas de geração -- foram isolados em suítes de um hotel da capital paulista. Antes de ingressar, todos tiveram de passar por detectores de metal para impedir a entrada de celulares, canetas, alianças ou qualquer objeto que pudesse ocultar transmissores ou receptores de sons, imagens ou dados. Dentro dos quartos, submetidos a uma varredura minuciosa, apenas mesas, cadeiras, computadores previamente vistoriados e um telefone que só se conectava com a central de apoio da CCEE. Uma vez na suíte, ninguém entrava ou saía antes do término do leilão.

O objetivo de tantas restrições era evitar o vazamento de informação. O maior receio do governo - que havia recém-aprovado em lei o novo modelo de negociação - era que os concorrentes conseguissem combinar preços, o que colocaria por terra todo o aparato pró-competição que se tentava criar na época. Há poucos dias, o 28o leilão de energia realizado no país, exclusivamente para usinas eólicas, contou com um aparato de segurança bem mais modesto. Cada empresa se reuniu onde bem entendeu e participou da negociação pela internet. A redução da segurança, no entanto, não diminuiu o nível de competição - nem de estresse - do evento. "A maior prova de que o leilão cumpriu seu papel foi o número de participantes e o preço final da energia", afirma Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, centro de estudos de energia elétrica. Inicialmente, 341 projetos de usinas foram inscritos, embora o número de participantes que efetivamente entraram na negociação seja mantido em sigilo. Sabe-se que 71 usinas saíram vencedoras. Essas usinas ainda não existem -- por enquanto são apenas projetos que terão de ser instalados até 2012 nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul e Sergipe para então produzir energia a partir do vento. No quesito preço, o leilão registrou o maior deságio médio de todos os realizados até agora, 21,5%. Em vez dos 189 reais por megawatt-hora médio estabelecidos como teto pelo Ministério de Minas e Energia, os contratos foram fechados por 148 reais, em média.


Os preços, que surpreenderam todo o setor, foram alcançados ao final de quase 8 horas de negociações. A CCEE funciona como uma bolsa que reúne produtores de energia (as geradoras) e consumidores (as distribuidoras, que vendem energia ao cidadão comum e às empresas). Na verdade, as distribuidoras não participam diretamente do leilão -- elas informam previamente ao governo quanto de energia precisarão no futuro, e a CCEE usa essa informação para executar a comercialização. Na hora do leilão, a CCEE busca baixar o preço até o limite em que a oferta cubra a demanda. Na prática, um sistema informatizado comanda o leilão e desconta, a cada lance, um percentual fixo do preço definido como máximo. A cada redução, os participantes são indagados pelo sistema se aceitam ou não vender a energia ofertada naquele valor. Assim que todos respondem, o sistema elimina os que declinaram e verifica se a quantidade de energia ofertada atende ao volume que se pretende comprar. Enquanto a oferta permanece maior que demanda, o sistema continua baixando o preço.

As reduções continuam até o ponto em que a oferta seja menor que a demanda. Aí, o jogo é invertido e os participantes chegam ao ápice do estresse. O sistema volta ao preço da rodada anterior e avisa aos participantes que eles têm 5 minutos para dar o último lance, o que significa oferecer o preço mínimo a que se propõem vender cada megawatt. Esse momento ocorreu após 75 exaustivas rodadas de descontos, que derrubaram o preço do megawatt-hora médio dos 189 reais iniciais para 155,15. "Foi uma tensão brutal, porque ninguém quer dar um preço muito baixo, mas também não quer ficar de fora", afirma Lucas Pescarmona, diretor do grupo argentino Impsa, que atua há 30 anos no Brasil.
Ficar de fora, no caso da Impsa, significaria deixar de ganhar muito dinheiro, cerca de 100 milhões de reais anuais durante 20 anos. Para começar a receber esse dinheiro, a Impsa terá de construir até 2012 as oito usinas eólicas com as quais concorreu no leilão. Juntas, elas terão 211 megawatts de potência instalada. O investimento necessário para a construção dos parques, todos no Nordeste, será de 1,2 bilhão de reais. Outras empresas vencedoras foram Eletrosul, CPFL e Renova Energia, controlada pelo Fundo InfraBrasil, administrado pelo Santander.

O trabalho para participar de um leilão desse tipo começa muito antes da divulgação do edital. Na Impsa, começou há três anos e já custou 25 milhões de reais. Nesse período, a empresa alugou diferentes áreas no Ceará e no Rio Grande do Norte, onde instalou torres para medir os ventos e contratou consultorias especializadas nesse tipo de medição e também em licenciamento ambiental -- uma das regras do leilão é que só podem concorrer projetos já previamente licenciados pelos governos estaduais. Todo esse trabalho é o que permite definir o limite mínimo de preço aceitável durante a negociação. Os estudos de capacidade de produção e a engenharia financeira têm de ser rigorosos, pois qualquer erro pode implicar prejuízo. "De um lado, o leilão oferece contratos de longo prazo, o que é ótimo para os empreendedores. De outro, estabelece multas pesadas a quem não cumprir o acordo", afirma Wilson Ferreira Júnior, presidente da CPFL. Para participar do leilão, todas as competidoras tiveram de depositar uma garantia em dinheiro -- 100 milhões de reais, no caso da CPFL. "Esse tipo de regra impõe disciplina ao setor e evita a entrada de aventureiros", diz Ferreira.

O sistema de comercialização de energia por meio de leilões já é usado há décadas em países desenvolvidos. O sistema inglês, do início dos anos 80, é reconhecido por muitos especialistas como um dos mais avançados do mundo. Na Inglaterra, o governo não precisa interferir nos leilões -- as próprias empresas e os consumidores entram em acordo. "Por aqui, os leilões ainda são recentes, mas têm demonstrado uma evolução significativa, particularmente pelo número de investidores atraídos", afirma Virgínia Parente, professora do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. De acordo com Mario Veiga, consultor da PSR, uma consultoria especializada no setor, o mais importante é que o governo atua na organização do processo, mas não compra nem vende nada. "O papel do governo é coletar a demanda das distribuidoras, programar os leilões e manter a demanda total em segredo até o final. O fato de ninguém saber quanto será comprado aumenta a competição entre as geradoras", diz Veiga.

O modelo de comercialização brasileiro já despertou interesse em vários países. A CCEE e a Aneel já foram visitadas por diversas delegações estrangeiras de países como Colômbia, Costa Rica, Coreia do Sul, China e Tailândia. A Paradigma, empresa catarinense que desenvolveu o sistema de TI dos leilões, foi responsável pela operação do primeiro leilão eletrônico da Colômbia, meses atrás. Atualmente, está desenvolvendo o sistema para a maior empresa portuguesa de energia, a Galp, que comercializará eletricidade e petróleo nas bolsas europeias. "O sucesso dos leilões por aqui abriu as portas para a internacionalização da nossa empresa", afirma Gerson Schmitt, presidente do conselho de administração da Paradigma.

O fato é que os leilões brasileiros são tidos como um sucesso por quem mais importa -- os próprios investidores, que vão produzir a energia de que o país necessita. "Um dos pontos altos desse modelo de leilão é a transparência", afirma Enrique Pescarmona, presidente do grupo Impsa, que veio ao Brasil para acompanhar o leilão. "Não enxergamos maneiras de haver acordos por baixo da mesa, principalmente quando existem centenas de participantes na disputa." Em meio a blecautes por problemas em redes de transmissão, como o ocorrido em novembro, e ainda com a memória do desastroso racionamento de energia de 2001 e a ameaça que rondou 2008, não deixa de ser um alento que empresários e especialistas em energia afirmem que o país vem evoluindo no setor elétrico. Que continue assim.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Prêmio Jovem Cientista 2010 - Energia e Meio Ambiente - Soluções para o futuro

Nossas sociedades dependem fortemente do uso de combustíveis fósseis. Entretanto, projeções indicam que as reservas mundiais de petróleo podem se esgotar nos próximos 100 anos. Isso sem falar na emissão de gases de efeito estufa que o uso desses combustíveis causa. A ciência e a educação podem contribuir significativamente com a solução deste problema encorajando a pesquisa, o desenvolvimento e o uso de novas energias.

Os brasileiros são muito criativos quando se trata de lidar com este tipo de desafio. Fomos pioneiros na popularização do biocombustível e atualmente mais de 40% da oferta interna de energia tem origem em fontes renováveis. Mas, estamos longe de ter equacionada nossa questão energética.

Recentemente, estudos do biólogo Alexandre Kemenes, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia indicaram que usinas hidrelétricas na Amazônia estão emitindo mais gases de efeito estufa que as termelétricas de mesma potência. Por outro lado, ainda temos muito que evoluir na área de bioenergia – garantir que o uso de madeira e biomassa não reduza nossa riqueza biológica e usar o potencial para a geração de energia solar e eólica que o Brasil dispõe. Além disso, podemos aumentar a eficiência no uso da energia: no transporte, edificações, materiais e processos produtivos.

Pensando neste terreno fértil em desafios para os jovens cientistas é que o CNPq, a Fundação Roberto Marinho e a Gerdau escolheram Energia e Meio Ambiente para ser o tema do XXIV Prêmio Jovem Cientista. Se você é estudante de Ensino Médio, participe desta iniciativa. Basta desenvolver, com a ajuda de seu professor, uma redação sobre um dos temas a seguir.

Tema: Energia e Meio Ambiente

1 - Energia: geração e uso
- A energia move o universo
- Fontes renováveis, não-renováveis e geração de energia
- Desenvolvimento humano e uso de energia

2 - Impactos ambientais da geração e uso de energia
- Efeito estufa, aquecimento global e protocolo de Kyoto
- Poluentes e a camada de ozônio
- Geração de energia e impactos sobre o ambiente e a biodiversidade

3 - Impactos sociais da geração e uso de energia
- Energia, economia e desenvolvimento
- Energia e exclusão social
- Saúde humana

4 - Soluções: sustentabilidade e energia
- Fontes alternativas de energia não-poluente
- Exploração sustentável dos recursos energéticos
- Geração de energia elétrica e ambiente
- Controle da emissão de poluentes
- Tecnologias energéticas sustentáveis aplicadas ao campo e às cidades
- Mudanças de hábitos e de padrões de desenvolvimento da geração e uso de energia

www.jovemcientista.org.br
http://www.jovemcientista.cnpq.br/ (Estudantes de nível superior e graduados)

Mercado de eficiência energética deve retomar fôlego e crescer 35% em 2010

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) prevê que projetos de eficiência energética devem retomar o crescimento em 2010 com um aumento de 35% comparado com 2009.

A retomada de projetos paralizados pela crise financeira em 2009 impulsionará um mercado calculado em R$1 bilhão anuais em investimentos, segundo Maria Cecília Amaral, Diretora Executiva da Abesco.

O mercado de eficiência energética nacional cresceu 15% em 2009, atingindo um movimento de R$900 milhões, apesar da crise financeira, que o influenciou. No ano de 2008, o crescimento foi de 24% comparado com o ano anterior.

"Com a crise, muitas empresas colocaram em stand-by os projetos de eficiência energética que seriam realizados no começo de 2009, mas hoje a indústria está retomando o fôlego e acreditamos que, além de novos projetos, os que ficaram parados serão retomados", disse

Segundo técnicos da Abesco o valor de investimento, médio, dos projetos varia de R$ 60 mil, em projetos menores, e R$800 mil a R$ 1,5 milhão em projetos de grande porte.

"O momento é propício para a implementação de projetos, pois o potencial de ganho é muito alto", disse José Starosta, presidente da Abesco.

Segundo a entidade, o desperdício de energia elétrica no Brasil está estimado em cerca de R$17 bilhões por ano e que o potencial de redução media do consumo de energia é de 15% para a indústria, 27% na área comercial e 45% nos edifícios públicos.

A associação conta com 85 empresas afiliadas das quais 70 são empresas de conservação de energia (Escos), o restante é composto por fundações e entidades setoriais.

Para o presidente da entidade, os números falam por si e a crescente consciência ambiental e necessidade econômica devem transformar eficiência energética em obrigatórios.

"Os números são absurdos, só falta convencermos nossos clientes", disse.

Starosta deu como exemplo os Estados Unidos que vem investindo milhões em programas de eficiência energética, segundo ele, impulsionado pelo ex presidente americano e ganhador do prêmio Nobel da Paz Al Gore, que há anos alertou sobre os prejuízos financeiros da perda de energia elétrica no País.


Fonte: Revista Sustentabilidade

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sustainable Life Media Launches Sustainable Brands Boot Camp Series: An Introduction to Sustainable Business Innovation

Sustainable Life Media announces the first Sustainable Brands Boot Camp, a 13 part online course in sustainable innovation. The course is designed to teach companies to build business value and brand equity by innovating for sustainability, and give students additional resume qualifications and the tools to enact change from within their company.

Developed by the producers of the Sustainable Brands Conference, Boot Camp participants learn from some of the world's top sustainable business thought leaders, each a leading sustainable business expert in his/her specialty. These long-time sustainability practitioners have consulted with top global brands, including Coke, Pepsi, Walmart, UPS, HP and Kraft, among many others.

Designed for executives and managers seeking to understand how to identify and respond to today's market demands around improving the environmental and social impact of business, the course follows Sustainable Life Media's 4-step prescription for building the better brands of the future: "Observe, Re-Design, Measure and Communicate." Sessions are designed to fit a lunch hour and are also available on demand. New sessions are added weekly which students may join live or as it fits their schedule. With a commitment of 13-20 hours, students will gain a solid grounding in the core disciplines needed for moving successfully in to the new age of sustainable business. Topics include: market drivers, new business opportunities, business model and product innovation strategies, supply chain and metrics best practices, and designing communications that work.

The first three sessions are available on-demand. The 4th Boot Camp session will be recorded live during the course's regular weekly time slot on Friday, December 11th at 1 PM EST. This week, Carol Holding and Dr. Lucille Pilling will detail their 6 Organizational Models for Integrating CSR with Brands.

An excerpt of Will Sarni's expansive Introduction to Opportunities in Sustainable Innovation (Week 2) and his more detailed look at some specific responses to the growing problems of water, energy and climate change is available for complimentary review at:

http://www.sustainablelifemedia.com/events/online/sbbootcamp/schedule/willsarni

Full 76min Video Available On Demand - Register Today!

While sustainable innovation opportunities are numerous, none are more important in the coming years than those addressing carbon footprints, water, and waste. Join Will Sarni as he highlights examples of how companies and communities in a variety of sectors are tackling these three issues head on through initiatives and long term projects designed to measure & achieve real results.

William Sarni has more than 30 years of experience providing sustainability and environmental consulting services to private and public-sector enterprises. He founded and currently serves as the chief executive officer of DOMANI (www.domani.com), a consulting firm that provides innovative business and technical sustainability solutions to companies committed to increasing revenue, mitigating risk and improving operating efficiency.

Sustainable Brands Boot Camp – 13 week online training series designed to teach professionals strategies for building business and brand value through sustainable innovation. Taught by leading experts, topics include market drivers, business model and product innovation, supply chain partnerships, brand strategy and marketing, metrics, and more. Available live and on-demand. Find out more at http://bit.ly/sbbootcamp

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Sal gera eletricidade

O Sal é a chave de um inovador mecanismo de produção de energia eléctrica na Noruega.
A osmose é um processo básico na natureza e que é usado a nível industrial nos processos de dessalinização. No entanto, cientistas noruegueses descobriram uma outra forma de utilizar este mecanismo, agora para gerar eletricidade. Os pesquisadores construíram o protótipo de uma central elétrica osmótica na margem do fiorde de Oslo e que tirará partido do fenômeno de osmose e do encontro da água salgada com a água doce: quando os dois tipos de água se encontram de lados diferentes de uma membrana que retém o sal mas deixa passar a água gera-se um afluxo de água na direção da água salgada, o que causa um aumento de pressão que pode ser utilizado para acionar uma turbina e gerar eletricidade. Embora o protótipo agora construído seja de pequena dimensão, gerando apenas 4KW, o objectivo é mais tarde aplicar o princípio a grande escala, numa central que entre em funcionamento até 2015 e que produzirá cerca de 25 MW de eletricidade, o suficiente para abastecer 10 000 lares.Uma das vantagens desta nova tecnologia em relação às que aproveitam a energia solar ou eólica é que produz uma quantidade de energia estável e previsível independentemente das condições atmosféricas, afirma Stein Erik Skilhagen, que dirige o projecto.

Fonte: www.wbcsd.org

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Descentralização da Geração de Energia

Vejo que a maior parte dos países desenvolvidos e países em crescimento como a China e Índia veem buscando soluções para enfrentar o aquecimento global. Parte de suas importantes iniciativas se dão através da implantação de fontes de geração de energia. Tais fontes são as chamadas fontes de geração de energia sustentáveis, ou seja, limpas e renováveis.
O Brasil, atualmente, é um dos países com matriz energética mais limpa do mundo, em torno de 48%, devido ao etanol e às hidrelétricas. No entanto, vemos que há uma pré-disposição de nossos governantes em caminhar em sentido contrário às tendencias mundiais de se gerar energia de maneira limpa e saudável: No PAC está previsto a construção de termoelétricas. Não entrando no mérito político e sem intensão de discutir os problemas ambientais que serão causados com a exploração e consumo do petróleo do pré-sal, venho sugerir uma reportagem, a qual poderá mostrar as vantagens de se implantar um programa de DESCENTRALIZAÇÃO da geração de energia.
Acredito ser possível, através de um “benchmarking” de países como Alemanhã, mostrar as vantagens de se implantar tal programa. A idéia consiste na geração individual de energia, seja em um condomínio ou prédio, casas ou clubes, onde nestes seriam instalados painéis solares térmicos e fotovoltáicos, aerogeradores e sistemas de climatização, acompanhados de um programa de eficiência energética. Hoje tal procedimento não é viável a curto prazo, devido a seus custos, no entanto com a opoio do governo – com subsídios, créditos e redução de impostos – vejo que isso se torna possível.
As vantagens da geração individual e descentralizada de energia traria diversas vantagens ambientais e econômicas. Diminuiria a necessidade de se construir novas usinas, consumiria-se menos combustíveis fósseis, geraria energia de maneira abundante, limpa e renovável, e ainda seriam criados empregos no segmento eólico e solar.
Fica a susgestão de reportagem e espero que com esta, nossos governates a entendam como uma excelente sugestão de governo.

Um abraço,
Domenico Machado.

Gestor Ambiental

Reunião de Pauta - Cidades e Soluções

Cientistas criaram um novo tipo de célula solar

Cientistas do Laboratório Sandia, dos Estados Unidos, criaram um novo tipo de célula solar que, mais do que nenhuma outra, merece de fato ser chamada de "célula."

Lembrando as minúsculas partículas cintilantes usadas em decoração - conhecidas como glitter - as minúsculas células solares utilizam 100 vezes menos silício para produzir a mesma quantidade de energia elétrica.

Microcélulas solares

As minúsculas células solares poderão ser incorporadas nas superfícies irregulares de prédios e veículos e até mesmo de roupas, transformando as pessoas em recarregadores solares ambulantes, que ficarão independentes das tomadas para recarregar seus aparelhos portáteis.

As "partículas solares" são fabricadas de silício cristalino, o mesmo material usado na fabricação das células solares tradicionais. Mas suas dimensões e seu formato abrem a possibilidade de novos usos impensáveis para os rígidos painéis solares. Elas têm ainda potencial para serem mais baratas e apresentarem uma eficiência maior do que os atuais coletores fotovoltaicos.

Painéis solares inteligentes

As células solares tipo glitter são fabricadas usando o princípio dos dispositivos microeletromecânicos (MEMS). Isto permitirá que os "painéis" ou outras superfícies sobre as quais elas forem fabricadas recebam também circuitos eletrônicos adicionais, integrando funções que hoje são desempenhadas por circuitos externos.

"Módulos fotovoltaicos feitos a partir dessas microcélulas solares, para uso nos telhados das casas e dos prédios, poderão ter controles inteligentes, inversores e até mesmo sistemas de armazenamento de energia em nível de chip. Um módulo assim integrado poderia simplificar o design e até permitir a integração dos painéis com a rede de energia," diz o engenheiro Vipin Gupta, um dos criadores das microcélulas solares.

100 vezes menos silício

Parte do potencial de redução dos custos da energia solar decorre do fato de que as microcélulas solares necessitam de relativamente pouco material - o caro silício cristalino - para criar células de grande eficiência e de funcionamento robusto.

Medindo entre 14 e 20 micrômetros de espessura (um cabelo humano tem aproximadamente 70 micrômetros de espessura), elas são 10 vezes mais finas do que as células solares convencionais, mas operam nos mesmos níveis de eficiência.

"Com isto, elas usam 100 vezes menos silício para gerar a mesma quantidade de eletricidade," disse Murat Okandan, outro membro da equipe. "Como elas são muito menores e têm menos deformações mecânicas para um dado ambiente do que as células convencionais, as microcélulas solares podem também ser mais confiáveis no longo prazo."

As características e as minúsculas dimensões das microcélulas solares têm vantagens tanto no momento da fabricação quanto na hora da operação.

Elas podem ser fabricadas a partir de pastilhas de silício de qualquer dimensão. Como são fabricadas para serem independentes umas das outras - só sendo montadas em painéis numa etapa posterior - se uma célula der defeito, apenas ela estará perdida - hoje, uma pastilha de silício inteira pode se perder por um único defeito.

No momento da operação, um painel solar tradicional pode deixar de gerar energia mesmo quando apenas uma parte dele fica sombreado. Na mesma situação, as novas células solares que se mantiverem ao Sol continuarão gerando energia.

Os primeiros testes indicam uma eficiência das microcélulas solares de 14,9%. Os módulos solares comerciais variam entre 13 e 20 por cento de eficiência.

Custo das células solares

Cada microcélula solar é fabricada sobre a pastilha de silício, cortada em formatos hexagonais e pronto. Cada uma delas já contém seus contatos elétricos pré-fabricados, graças às técnicas utilizadas na fabricação dos MEMS.

Um robô industrial comum pode colocar até 130.000 peças de glitter por hora nos pontos de contato elétrico pré-estabelecidos no substrato que servirá de suporte para as células solares.

O número de microcélulas solares por módulo é determinado pelo nível de concentração óptica utilizada (concentradores são conjuntos de lentes usados para focar a luz do Sol e aumentar a eficiência das células solares individuais) e pelo tamanho do substrato - um número que variará entre 10.000 e 50.000 microcélulas solares por metro quadrado.

O custo dessa operação é de aproximadamente um décimo de centavo de dólar por peça. Os pesquisadores afirmam já estar trabalhando em uma técnica alternativa de automontagem, com potencial para reduzir os custos ainda mais.

Columbia University Developing Hybrid Integrated Solar Energy System

Weidlinger Associates and Columbia University’s Fu Foundation School of Engineering and Applied Science announced recentlythat they have recieved a Phase I Small Business Technology Transfer (STTR) Program grant, supported by the U.S. Department of Energy (DOE), to expedite research of a “Hybrid Building Integrated Solar Energy System for Photovoltaic, Thermoelectric, and Heat Utilization.” The $150,000 award is being matched by an additional 10% commitment from New York State.

The multi-layered building-integrated solar panel, developed by Columbia Engineering professor Huiming Yin, produces both electricity and hot water. Initial tests suggest that it could achieve unprecedented cost and energy efficiencies. The patent-pending hybrid functions as a roof element rather than an accessory.


Only three of the 107 U.S. advanced technology firms that received initial grants were from New York State, and only this team was from New York City. This highly competitive award (there were 950 applicants) represents an $18 million investment of American Recovery and Reinvestment Act funds in clean energy technologies developed by U.S. small businesses. The most promising of these projects will qualify for another $60 million next summer in anticipation of selection for a Phase II grant to enhance the product’s marketability. As structural engineer, Weidlinger will contribute expertise in codes, materials, and constructability, focusing on design of the panel substrate and connection system and analysis of the demonstration building. HLW International will advise the team on fire resistance, waterproofing, insulation, aesthetics, and related architectural issues.

The new panel merges and improves upon proven photovoltaic and thermoelectric power-generation technologies. It is more effective than conventional photovoltaic panels at high temperatures and because of reduced thermal stresses, deteriorates less rapidly from environmental insults. As a building-integrated element that replaces structural sheathing and roofing materials, it represents the next generation of solar technology. Eliminating the redundancies of conventional non-integrated systems should lead to significant savings in materials and embodied carbon. Eliminating the numerous penetrations required for mounting detachable panels assures fewer leaks. The new panel technology is applicable to any type of roof, to new construction and renovation, and to a range of building types, from single-family homes to large commercial buildings.

Experimental verification of Dr. Yin’s model advances fundamental understanding of the problem and sets a new standard for assessing long-term performance of solar solutions. Experimentation, development, and proofing for strength, performance, and durability will be conducted in the Robert A.W. Carleton Strength of Materials Laboratory of Columbia’s Department of Civil Engineering and Engineering Mechanics.
“Thorough testing of the concept will play an especially important role in the development of this technology because of its multi-use nature covering structural, thermal, and solar aspects,” stated Professor Rene Testa, Carleton’s Director of Research. The Laboratory has a long history of supporting NYC infrastructure projects. In this application, its facilities will be used not only to test structural aspects but to simulate various weather conditions in a test chamber for predicting the panel’s performance and establishing the optimal configuration of the solar array.

Fonte: solarthermalmagazine