quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Usinas termoelétricas e usinas nucleares

Energia térmica
Nas usinas termoelétricas a energia elétrica é obtida pela queima de combustíveis, como carvão, óleo, derivados do petróleo e, atualmente, também a cana de açúcar (biomassa).
A produção de energia elétrica é realizada através da queima do combustível que aquece a água, transformando-a em vapor. Este vapor é conduzido a alta pressão por uma tubulação e faz girar as pás da turbina, cujo eixo está acoplado ao gerador. Em seguida o vapor é resfriado retornando ao estado líquido e a água é reaproveitada, para novamente ser vaporizada.
Vários cuidados precisam ser tomados tais como: os gases provenientes da queima do combustível devem ser filtrados, evitando a poluição da atmosfera local; a água aquecida precisa ser resfriada ao ser devolvida para os rios porque várias espécies aquáticas não resistem a altas temperaturas.
No Brasil este é o segundo tipo de fonte de energia elétrica que está sendo utilizado, e agora, com a crise que estamos vivendo, é a que mais tende a se expandir.


Energia nuclear
Este tipo de energia é obtido a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade de energia.
Urânio enriquecido - o que é isto?
Sabemos que o átomo é constituído de um núcleo onde estão situados dois tipos de partículas: os prótons que possuem cargas positivas e os nêutrons que não possuem carga.
Em torno do núcleo, há uma região denominada eletrosfera, onde se encontram os elétrons que têm cargas negativas. Átomos do mesmo elemento químico, que possuem o mesmo número de prótons e diferentes número de nêutrons são chamados isótopos. O urânio possui dois isótopos: 235U e 238U. O 235U é o único capaz de sofrer fissão. Na natureza só é possível encontrar 0,7 % deste tipo de isótropo. Para ser usado como combustível em uma usina, é necessário enriquecer o urânio natural. Um dos métodos é “filtrar” o urânio através de membranas muito finas. O 235U é mais leve e atravessa a membrana primeiro do que o 238U. Esta operação tem que ser repetida várias vezes e é um processo muito caro e complexo. Poucos países possuem esta tecnologia para escala industrial.
Diagrama do reator de uma Usina Nuclear

O urânio é colocado em cilindros metálicos no núcleo do reator que é constituído de um material moderador (geralmente grafite) para diminuir a velocidade dos nêutrons emitidos pelo urânio em desintegração, permitindo as reações em cadeia. O resfriamento do reator do núcleo é realizado através de líquido ou gás que circula através de tubos, pelo seu interior. Este calor retirado é transferido para uma segunda tubulação onde circula água. Por aquecimento esta água se transforma em vapor (a temperatura chega a 320oC) que vai movimentar as pás das turbinas que movimentarão o gerador, produzindo eletricidade (fig. 2).
Depois este vapor é liquefeito e reconduzido para a tubulação, onde é novamente aquecido e vaporizado.
No Brasil, está funcionado a Usina Nuclear Angra 2 sendo que a produção de energia elétrica é em pequena quantidade que não dá para abastecer toda a cidade do Rio de Janeiro.
No âmbito governamental está em discussão a construção da Usina Nuclear Angra 3 por causa do déficit de energia no país.
Os Estados Unidos da América lideram a produção de energia nuclear e nos países França, Suécia, Finlândia e Bélgica 50 % da energia elétrica consumida, provém de usinas nucleares.

Carro movido à algas


O primeiro carro movido a algas começou a atravessar os Estados Unidos. A partida foi em San Francisco, na Califórnia. O veículo é um Toyota Prius adaptado. Ele alterna a energia elétrica da bateria com o motor a combustão, alimentado por uma mistura de 95% gasolina e 5% algas. O combustível é produzido pela empresa Sapphire Energy, que pretende popularizar as algas como alternativa para o país. O veículo, batizado de Algaeus, vai rodar durante 10 dias até chegar a Washington.
A Sapphire Energy diz que pretende produzir 7,5 milhões de litros de combustível de alga nos próximos dois anos. Também acredita que seu combustível vegetal possa competir com a gasolina tradicional nos próximos anos. A empresa quer desenvolver uma mistura de 10% de alga para os próximos produtos. Também diz que já está produzindo 3 milhões de litros de combustível de aviação, com mistura de algas, ainda este ano.
(Alexandre Mansur)

Energia eólica sozinha pode suprir todas as necessidades da China



Uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e Tsinghua, na China, concluíram que todas as demandas de eletricidade da China, previstas para o ano de 2030, poderiam ser supridas utilizando unicamente a energia dos ventos.
O estudo levou em conta não apenas os dados naturais - meteorológicos, de relevo etc. - mas também as restrições e os incentivos governamentais chineses para cada região e as restrições de natureza econômica para os locais onde é inviável levar a energia eólica.

Matriz energética limpa
A mudança de uma matriz energética fortemente baseada no carvão, petróleo e gás natural, para outra inteiramente limpa, baseada na energia dos ventos, poderia, adicionalmente, reduzir a poluição e as emissões de CO2 daquele país, atualmente o maior responsável pelo lançamento na atmosfera de gases de efeito estufa gerados pelo homem.
A China não está parada quanto à adoção da energia eólica. O país já é o quarto do mundo em capacidade instalada de fazendas de vento, atrás dos Estados Unidos, Alemanha e Espanha.
Apesar disso, a energia eólica responde por apenas 0,4% do total de eletricidade gerada no país. Levando em conta todas as fontes de geração, a China é o segundo país do mundo em geração de eletricidade, com 792,5 gigawatts, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Viabilidade da energia eólica
"Para determinar a viabilidade da energia eólica para a China, nós estabelecemos um modelo econômico regional, incorporando os incentivos governamentais e calculamos o custo da energia com base na geografia," explica Xi Lu, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores utilizaram dados meteorológicos do satélite GEOS da NASA. Eles também consideraram que a energia seria gerada em fazendas terrestres formadas com turbinas de 1,5 megawatt de potência cada uma, ocupando áreas rurais sem florestas e não sujeitas ao congelamento no inverno e com inclinação máxima de 20 por cento.
A análise indicou que uma rede de turbinas eólicas operando a apenas 20% da capacidade poderia gerar 24,7 petawatts/hora de eletricidade anualmente, mais de sete vezes o consumo da China atualmente. Essa rede seria suficiente para acomodar toda a demanda chinesa de energia projetada até o ano de 2030.

O maior parque eólico do país custou R$ 465 milhões


O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou, em 2006, um financiamento de R$ 465 milhões para a Ventos do Sul Energia para a instalação de três parques eólicos no município de Osório, no Rio Grande do Sul.O projeto terá capacidade de geração de energia elétrica de 150 MW, cada parque com 50 MW, o que o tornará o maior do país e o segundo do mundo. Durante a construção serão gerados 500 empregos diretos, segundo o BNDES.O financiamento do banco corresponde a 69% do valor total do investimento, sendo R$ 105 milhões liberados diretamente pelo BNDES e os outros R$ 360 milhões repassados por meio de um consórcio de bancos, formado pelo Banco do Brasil, Santander, ABN Amro Real, BRDE Caixa do Rio Grande do Sul e Banrisul.O projeto do parque eólico de Osório, realizado no âmbito do Proinfa (Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Fontes Alternativas), é o primeiro aprovado pelo BNDES para esse tipo de geração de energia. O Proinfa contempla três fontes alternativas de energia: a biomassa, a eólica e as pequenas centrais hidrelétricas.Atualmente, o BNDES tem em carteira outros sete projetos eólicos, que somam investimentos totais de R$ 1,4 bilhão com previsão de financiamento de R$ 821,4 milhões.O banco destaca que um dos méritos do investimento em energia eólica é a sua contribuição para a diversificação da matriz energética brasileira com uma fonte de recursos renovável, sem risco hidrológico. O parque eólico reduzirá a emissão de gases do efeito estufa por MW/hora de energia gerada no sistema interligado, criando um potencial de geração de créditos de carbono.A Ventos do Sul é uma sociedade de propósito específico criada com a finalidade de construir três parques eólicos, denominados Parque Eólico dos Índios, de Osório e de Sangradouro. Ela possui um contrato de compra e venda de energia com a Eletrobrás por um prazo de 20 anos, a partir do segundo semestre de 2006, quando as usinas entrarão em operação. Esta sociedade de propósito específico é composta pela empresa espanhola Enerfin Enervento, a brasileira Wobben e a CIP Brasil. No Brasil, existem atualmente apenas 28,6 MW instalados de energia eólica em 11 empreendimentos, equivalentes a 0,03% da capacidade de geração de energia do país. A expectativa é que com o Proinfa, haja um aumento significativo na capacidade instalada brasileira em energia eólica. Foram selecionados 53 projetos.

Divulgação: POR JUSTIÇA CLIMÁTICA E EM APOIO ÀS LEIS DE INCENTIVO À DESCENTRALIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE ENERGIA POR FONTES RENOVÁVEIS E SUSTENTÁVEIS

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4019

O clima precisa de políticas públicas que apresentem soluções justas e reais. O impacto das medidas de combate ao aquecimento global devem ao mesmo tempo beneficiar às populações mais vulneráveis e menos responsáveis pelo problema, e não ameaçar seus modos de vida locais. Por isso nós, cidadãos brasileiros abaixo assinados, apoiamos e demandamos a aprovação e implementação das seguintes leis que incentivam a geração descentralizada e mais sustentável de energia por fontes renováveis:
O PL 1563/2007, que propões a criação do Programa de Fontes Alternativas para Sistemas Isolados (Fais) e do Programa de Geração Distribuída (PGD), com objetivo de estimular a geração local deenergia elétrica de até 1 MW por fontes renováveis, como a energia solar, em sistemas conectados ou não à rede elétrica.
O PL 4550/2008, que propõe a regulamentação do comércio e distribuição na rede elétrica da energia gerada em pequenas centrais eólicas, hidrelétricas, à biomassa de resíduos agrícolas e que utilizambiogás proveniente do tratamento sanitário ou de esgotos.

Descentralização da geração e transmissão de eletricidade

O mundo está se preparando para transformar a tradicional rede de distribuição de energia, centralizada em grandes usinas e em gigantescas linhas de distribuição, em um sistema inteligente e descentralizado, muito parecido com a forma como a internet funciona.
Sistemas de geração e distribuição de energia elétrica
O projeto básico dos sistemas de geração e distribuição de energia elétrica é praticamente o mesmo ao redor de todo o mundo, com variações apenas no tipo de usina utilizado em cada país.
Esse projeto, com mais de um século de existência, se fundamenta em grandes usinas e redes de transmissão nacionais gigantescas que interligam essas usinas e levam a energia até as indústrias e às residências dos consumidores.
Em um comparação com a Internet, é mais ou menos como se existissem apenas grandes sites de informações, tudo centralizado. Se alguém quisesse montar seu próprio servidor e conectá-lo à rede - ou mesmo montar um site - simplesmente não existiriam mecanismos que permitissem a inserção do novo site à rede já existente.
Geração alternativa de eletricidade
Com o esgotamento do modelo energético atual, estão se desenvolvendo inúmeras fontes alternativas de energia que podem não ser viáveis - técnica ou economicamente - em grande escala, mas que se justificam em microescala ou até mesmo em bases domésticas.
Painéis solares, turbinas de vento, células a combustíveis, biomassa e outros, são formas de geração alternativa de eletricidade que podem ser adotados em empresas e residências, diminuindo a dependência do sistema central.
Internet da energia
A nova rede de distribuição de energia que está sendo projetada, além de descentralizada e inteligente, deverá ser capaz de acomodar iniciativas individuais, coletando o excedente da energia gerada.
Desta forma, a "internet da energia" irá permitir que cada consumidor se transforme também em um vendedor de energia, possibilitando que milhões de usuários gerem sua própria energia a partir de fontes renováveis e vendam o excesso para as empresas de geração e distribuição.
Novo paradigma na geração e distribuição de eletricidade
Esse novo paradigma na geração e distribuição de eletricidade deverá permitir o desenvolvimento de novas tecnologias que não apenas geram, mas que também armazenam energia.
É o caso dos veículos híbridos e elétricos. O sistema atual não tem condições de alimentar uma frota desses veículos durante os horários de pico de seu recarregamento.
Já a nova rede inteligente passará a ter neles um parceiro - o veículo elétrico poderá servir de suporte ao sistema enquanto o carro fica parado na garagem, acumulando a energia gerada em excesso e liberando-a nos horários de pico. E dando uma receita extra para o proprietário do carro.
Além dos sistemas individuais de geração de eletricidade, as pessoas poderão também construir seus próprios sistemas de armazenamento, que operarão no mesmo esquema.
Projeto internacional
O projeto, que deverá ter uma proposta finalizada em cinco anos, reúne universidades, indústrias e laboratórios de pesquisas de nove países. Batizado de Future Renewable Electric Energy Delivery and Management Systems (FREEDM), o estudo será centralizado na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Redação do Site Inovação Tecnológica

ASPECTOS DA GERAÇÃO DESCENTRALIZADA DE ENERGIA ELÉTRICA NO MEIO RURAL E AS FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA

Até meados da década de 80 e, ainda na de 90, a eletricidade não era disponibilizada, através do sistema convencional de redes de distribuição, para todo o meio rural sob a alegação de que esta atividade não era viável, principalmente, quando considerados aspectos técnicos e econômicos.
A alta dispersão populacional, longas distâncias entre o ponto de origem da rede de distribuição e o ponto final de consumo, custo de investimento elevado, gerado pelo modelo de rede adotado pelas concessionárias, entre outros parâmetros técnicos e econômicos, geravam índices muito baixos, tais como número de consumidores por quilômetro, carga instalada por quilômetro, custo por quilômetro de rede, taxas de crescimento da demanda, retorno do investimento, etc., que não motivavam as concessionárias de distribuição de energia elétrica a realizarem eletrificação rural como era necessário.
O resultado desta ação discriminatória é que até o final da última década deste século XX, ou seja, o ano 2000, o país apresentava um índice de eletrificação rural de, aproximadamente, apenas 30%.
Através da introdução da tecnologia "Sistema Monofilar com Retorno por Terra" – "MRT", caracterizada por apresentar simplificações em materiais, estruturas, dispositivos de proteção e propiciar grandes vãos entre postes, obteve-se redução significativa de custos. No âmbito do Programa de Eletrificação Rural "LUZ NO CAMPO", iniciado em Janeiro de 2000 e que se encontra em implantação no país, este sistema é o definido como prioritário para o atendimento de consumidores rurais. Todas as concessionárias de distribuição de energia elétrica do país estão envolvidas, num esforço governamental de
fazer chegar eletricidade para estes consumidores. Esta tem sido a forma de iniciativa mais freqüente, ou seja, o setor público é chamado a intervir, já que não existem atratividades técnica e econômica no empreendimento. Isto, pela ótica empresarial, afasta as concessionárias do negócio.
Com isto, tem-se ainda um universo de aproximadamente 2.000.000 (dois milhões) de domicílios rurais (27% do total de domicílios rurais), o que corresponde a algo em torno de 10.000.000 (dez milhões) de pessoas (31% do total da população rural), sem acesso aos benefícios da energia elétrica. No país, incluindo a população urbana, o número da exclusão aos serviços de energia elétrica totaliza perto de 12.000.000 (doze milhões) de pessoas ou 6,5% do total de habitantes do país. Cerca de 90% destas famílias têm renda inferior a três salários-mínimos e, 80% estão no meio rural.
Atualmente, está em implantação o programa "LUZ PARA TODOS" que tem o objetivo de levar energia elétrica para estas milhões de pessoas até 2008. O programa, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia com participação da Eletrobrás e de suas empresas controladas.
A instalação da energia elétrica até os domicílios será gratuita para as famílias de baixa renda e para os consumidores residenciais, com ligação monofásica e consumo mensal inferior a 80kwh/mês, as tarifas serão reduzidas, como previsto na legislação.
O programa prevê recursos da ordem de R$ 7 bilhões, dos quais 5,3 bilhões serão recursos federais, provenientes da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da Reserva Geral de Reversão (RGR). O restante será dividido entre governos estaduais e agentes do setor.
Do ponto de vista tecnológico, o programa contempla o atendimento das demandas no meio rural através de uma das 03 (três) alternativas: a)Extensão de Rede, b) Sistemas de Geração Descentralizada com Redes Isoladas e c) Sistemas de Geração Individuais.
A atividade de suprir com energia elétrica o meio rural não é mais uma novidade. No presente, a geração de energia elétrica na área rural é uma atividade que não mais se restringe à extensão de redes de distribuição da energia elétrica, gerada a partir de sistemas centralizados, tais como as médias e grandes usinas hidrelétricas.
No país, o conceito de eletrificação rural descentralizada, de algum tempo a esta data, vem recebendo incentivos governamentais através de programas específicos, sendo direcionados para contemplar principalmente fontes renováveis de energia.
Um exemplo de programa governamental desta natureza é o PRODEEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios – que tem por objetivo atender às localidades isoladas, não supridas de energia elétrica pela rede convencional, obtendo essa energia de fontes renováveis locais, de modo a promover os desenvolvimentos auto-sustentável, social e econômico, destas localidades.
É totalmente correto afirmar nos dias de hoje que a eletrificação oferece um elenco de soluções para bombeamento d’água, iluminação, telecomunicações, refrigeração para fins médicos e alimentares e força motriz aplicada a diversos fins.
O processo de eletrificação rural descentralizada, e por que não dizer dispersa, pode utilizar-se de tecnologias, disponíveis no mercado, que convertem energias de fontes renováveis em energia elétrica. Exemplos são os painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas, co-geração usando biogás, geração através de biomassa vegetal (cana de açúcar, biodiesel usando óleos vegetais, etc.), que, quando operando com grupos motor-gerador diesel, ou outro combustível, e dispositivos com boa eficiência, proporcionam confiabilidade, qualidade e segurança no fornecimento de energia elétrica.
Outra fonte de geração descentralizada, já há muito explorada nas propriedades rurais, é a hidráulica, para a qual o mercado nacional de equipamentos dispõe de unidades que contemplam de 1 kW (um quilowatt) a 30 MW (trinta megawatts), sendo assim classificadas, tecnicamente, de micro a pequenos aproveitamentos hidroenergéticos.
Desta forma, a agora tão notada característica de complementação entre a eletrificação rural descentralizada e a rede convencional de distribuição está completamente aceita, desde que baseada em critérios técnicos e econômicos muito claros.
Neste novo cenário, em que acontecem mudanças estruturais no setor de eletricidade, não podem ser deixadas de lado características que historicamente e legalmente sempre caracterizaram a energia elétrica no país, ou seja, que ela é um serviço público universal e igualitário.
Portanto, a eletrificação rural descentralizada, baseada em fontes renováveis de energia, apoiada em critérios e aspectos tecnológicos, ecológicos, econômicos e de bem
estar social, é uma realidade que não pode ser ignorada e está pronta para aceitar todos os desafios para se levar energia elétrica a todos os habitantes do meio rural deste país.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Geração do Biogás

Biomassa no Brasil

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao final do primeiro trimestre de 2009 a biomassa era responsável por 4.869 MW de capacidade de geração e energia elétrica no país. Isso representa 4,7% do total do parque gerador brasileiro, ou 21% da energia gerada a partir de fontes termelétricas no país. O potencial elétrico do setor ainda está longe de ser completamente utilizado, principalmente devido ao setor sucroalcooleiro. Existem no Brasil mais de 400 usinas de açúcar e álcool, mas apenas 266 estão outorgadas pela Aneel. Ou seja cerca de 33% das usinas ainda não estão outorgadas a produzir eletricidade pela Aneel. As usinas outorgadas têm potência instalada de 3.682 MW.
A modernização do sistema de caldeira e turbina dessas usinas pode aumentar consideravelmente a potência instalada. Além disso, a palha da cana também poderá ser usada como combustível quando a colheita mecanizada estiver plenamente implementada. No caso de São Paulo, maior produtor do país, a queima da palha será eliminada em 2017.
O potencial de produção de energia elétrica no Brasil em 2012 é de 5.300 MW, usando-se apenas 75% do bagaço produzido, segundo a UNICA (União da Indústria da Cana-de-açúcar). Adicionando-se apenas 50% da palha de cana, a capacidade de geração pode ser ampliada para 10.100 MW, potência um pouco maior do que o da usina hidrelétrica de Itaipu.
Outro setor que pode contribuir bastante com a geração de eletricidade é o de papel e celulose, a partir da utilização do licor negro.

Energia renovável, tecnologia e economia

A corrida para desenvolver novas energias renováveis está sendo vista cada vez mais não só como solução para os problemas climáticos, como também para a economia. O setor de energia é, de longe, o maior da economia. É também um dos que passa por mudanças mais profundas e que devem se acentuar e acelerar ainda mais nos próximos anos. Em duas palavras: novos negócios.Energia sempre foi importante do ponto de vista geopolítico. Isso não deve mudar, porém a geopolítica das energias renováveis será bem diferente da era do petróleo. O tão falado conceito de independência energética toma outra dimensão quando se aborda a tecnologia relacionada às energias renováveis. Ao invés das reservas naturais, serão as tecnologias que determinarão o diferencial competitivo das nações.
Um dos grandes diferenciais competitivos dos países nesta nova era será o domínio de tecnologias de energias renováveis, que são mais complexas do que a de extração tradicional de petróleo. Quatro setores se destacam neste campo: eólica, solar fotovoltaica, baterias e células a combustível, e biotecnologia.
Desses quatro setores, o Brasil só se destaca no último, mas mesmo assim o trabalho fica muito aquém do potencial brasileiro de aplicações desta área na agricultura. O setor de biotecnologia é, de longe, o que apresenta maior número de empresas. Contudo, muitas delas estão tentando desenvolver novas tecnologias para outras áreas, com destaque especial para saúde.
Na área agrícola e de bioquímica, onde a biotecnologia se destaca há trabalhos muito sérios sendo feitos por diversos centros de pesquisa, empresas e pesquisadores de universidades. A grande dificuldade continua a ser passar os avanços do laboratório para a vida real, seja por razões financeiras, legais ou mercadológicas.
Quando se fala de energia, o exemplo óbvio da utilização da biotecnologia é a cana-de-açúcar e a fermentação. Ambos são alvo de pesquisas importantes. E no caso da cana, o exemplo da Canaviallis mostra como o conhecimento acumulado pelo Brasil gera valor.
A empresa surgiu em decorrência do sequenciamento do genoma da cana e anos depois foi vendida para a multinacional Monsanto. Um dos principais acinsitas da empresa, a Votorantim, usou parte dos recursos para investir na Amyris, empresa que desenvolve leveduras geneticamente modificadas para produzir diesel a partir do açúcar.
Outros estudos importantes são conduzidos pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e outros órgãos de pesquisa, incluindo o centro de pesquisas da Petrobras e, claro, a Embrapa. Recentemente a DuPont anunciou o investimento em pesquisa relacionada aos biocombustíveis no Brasil.
Ou seja, o Brasil vai bem quando se fala de biocombustíveis e os prospectos são excelentes nesta área. Infelizmente, não se pode falar o mesmo de outras fontes renováveis.
Não há nenhuma grande empresa brasileira que seja destaque mundial na área de energia eólica, fotovoltaica e de baterias, apesar do imenso potencial brasileiro nas duas primeiras áreas. A riqueza mineral do país tambe’m deveria levar a um política de desenvolvimento de novos materiais e a produção de produtos de alta tecnologia baseado neles, como as baterias. O Brasil detém, segundo o US Geological Survey, a terceira maior reserva de lítio do mundo, atrás apenas do Chile e da China.
Não é exclusividade brasileira. Neste aspecto até os Estados Unidos que tem um imenso volume de pesquisas nesta área e capital está ficando para trás. Apenas 2 das 10 maiores fabricantes de aerogeradores têm sede nos EUA. É o mesmo número da China, da Espanha e uma a menos do que a Alemanha. A maior empresa do mundo é dinamarquesa. Veja lista dos 10 maiores fabricantes de turbinas (em inglês).
No caso dos painéis fotovoltaicos apenas 1 entre as 10 maiores são americanas. Neste caso há 3 japonesas, 3 chinesas, 2 alemãs e mais uma de Taipei. Veja a lista dos maiores na Wikipedia. No caso do silício, usado para produzir as células fotovoltaicas, o Brasil é o quarto maior produtor mundial, embora neste caso a maior parte da produção seja usada na indústria siderúrgica.
Tanto na eólica quanto na fotovoltaica, o Brasil nem aparece no retrato, embora no caso de energia solar deva-se fazer a ressalva de que o país tem avançado bastante no uso da energia solar térmica, cuja tecnologia é bem mais simples, mas nem por isso deixa de ser de extrema utilidade para o país. Grande parte desse avan;co deve-se a Cidades Solares.
O desenvolvimento de mecanismos para incentivar o uso de energias renováveis e também ampliar o desenvolvimento de empresas do setor no Brasil é uma oportunidade que já está passando e vai custar caro na hora em que ela for indispensável. E pelo andar da carruagem, isso não vai demorar muito.

Mudanças climáticas: o valor das convergências

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou nesta terça-feira (13), documento que estabelece princípios para o setor produtivo em relação às mudanças climáticas. O material, elaborado pelo Comitê de Mudanças Climáticas, também mostra a posição de vanguarda do Brasil na economia de baixo carbono e propõe ações para o setor produtivo.


Os efeitos sociais, econômicos e ambientais das mudanças climáticas apresentam-se como grandes desafios desta e das próximas gerações. Sua avaliação está embasada em estudos científicos e econômicos conduzidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e aceitos pela comunidade internacional. Eles apontam alterações parcialmente inevitáveis, mas que podem e devem ser mitigadas por iniciativas públicas e privadas no sentido de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa.

Brasil na Economia de Baixo Carbono
O que para o mundo será o futuro, no Brasil já é o presente.
Ao mesmo tempo em que os países ricos criaram historicamente um passivo ambiental, o Brasil desenvolveu uma verdadeira Economia Verde.
O Brasil construiu uma matriz energética limpa, baseada em fontes hidráulicas e em biocombustíveis. Nosso País já utiliza 46% de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 12%, ante 6% nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Antecipamo-nos ao criar um programa de biocombustíveis — único no
mundo —, desenvolvendo novas tecnologias, invejáveis a qualquer nação, a
exemplo da produção e uso em larga escala de etanol a partir da cana-deaçúcar.
Este combustível inovador produzido no Brasil reduz, em até 90%, as
emissões de CO2 na atmosfera quando comparado à gasolina. A adição de
10% de etanol brasileiro a toda gasolina consumida no mundo reduziria, em até
9%, o total de emissões provocadas pela utilização deste combustível em
automóveis.
No processo de transição para uma economia global de baixo carbono, o
Brasil já apresenta vantagens em relação a outros países: produtos e serviços
com baixa intensidade de carbono. Tais pontos positivos devem ser aproveitados tendo em vista o aumento da nossa competitividade no mercado global. Isso garantiria ao País uma boa posição econômica no futuro, já que os investimentos a serem previstos pelos setores público e privado deverão levar em consideração as consequências que o aquecimento global poderá
acarretar.
O vanguardismo dessas bem-sucedidas experiências coloca o nosso País em posição estratégica para servir de exemplo e liderar a necessária transição à economia global de baixo carbono. E, também, garante ao Brasil uma posição privilegiada nas discussões da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-15), que a Organização das Nações Unidas (ONU)
realizará em dezembro próximo, na Dinamarca.
Panorama Internacional
Em 2007, os países desenvolvidos comprometeram-se com grandes
cortes de emissões de gases de efeito estufa no médio e longo prazo,
buscando estabilizar o aumento da temperatura da Terra em aproximadamente
2ºC. Segundo o IPCC, para que este objetivo seja alcançado é necessária uma
redução efetiva de emissão de gases de efeito estufa nas nações
desenvolvidas, em aproximadamente 80%, até 2050, tendo 1990 como ano
base.
O IPCC sugere que os países desenvolvidos reduzam pelo menos de
25% a 40% suas emissões até 2020. Entretanto, as posturas até aqui
anunciadas nas negociações internacionais mostram que há forte probabilidade
de estas metas não serem alcançadas, colocando em risco a Conferência de
Copenhague.
Os Estados Unidos, que até há pouco tempo se mostravam alheios ao
processo negociador e às ações significativas de mitigação, começaram a se
posicionar nos últimos meses.
Um projeto de lei aprovado na Câmara do Deputados norte-americana
aguarda o parecer do Senado. No entanto, essa proposta reflete uma tímida
evolução no debate sobre esforços internos dos EUA na redução de gases de
efeito estufa. Prevendo apenas 17% de diminuição de emissões, tendo 2005
como ano base, representaria apenas uma redução de 4,5% em relação a
1990. Trata-se, portanto, de um esforço muito inferior àquele apropriado para a
mitigação acordada em nível internacional.
Ademais, a soma das emissões dos Estados Unidos, União Europeia,
Japão e China representa 80% do total do mundo. O Brasil não responde
sequer por 2% e os outros países em desenvolvimento, menos de 20%. Isso
demonstra que a estratégia internacional de implantação de uma economia de
baixo carbono depende do comprometimento real dos maiores emissores, no
médio e longo prazo, com reduções significativas das suas emissões.
Com relação aos países em desenvolvimento, o Protocolo de Quioto
estabeleceu o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, que
foi negociado em acordos internacionais sucessivos até que, em 2007, o plano
de Bali definiu a responsabilidade das economias emergentes: atenuar a curva
de crescimento de suas emissões de gases de efeito estufa.
Para tanto, serão estabelecidos compromissos mensuráveis, verificáveis
e reportáveis. São as chamadas Ações Nacionais Apropriadas de Mitigação (na
sigla em inglês NAMAs).
No âmbito das negociações da COP 15, o que se espera do Brasil são
compromissos de erradicação do desmatamento ilegal, que representa 75% de
nossas emissões, segundo o último inventário brasileiro sobre a questão.
Portanto, devemos buscar a criação de mecanismos financeiros que
remunerem os povos que protegem o nosso meio ambiente.
Mudanças Climáticas e Comércio
O mundo precisa caminhar em direção a um paradigma de
desenvolvimento no qual minimizar as emissões dos gases de efeito estufa
será o mote dessa nova ordem econômica. Diversas iniciativas paralelas à
discussão diplomática em curso na convenção climática estão sendo
estruturadas. Porém, o conceito predominante no posicionamento de diversos
países não é de um modelo sustentável de crescimento, o que pode se
constituir em um sério entrave ao comércio internacional.
A conformação de um novo paradigma sobre mudanças climáticas na
ausência de definições correspondentes no regime de comércio internacional
— particularmente no tocante a medidas ambientais relacionadas à produção
—, configura uma ameaça à competitividade dos países emergentes.
A falta de uma posição normativa internacional sobre este tema cria
preocupante espaço para a adoção de medidas restritivas e unilaterais no nível
nacional — algo que tende a distorcer o comércio e favorecer produtores pouco
competitivos em países desenvolvidos sob a égide de uma suposta defesa do
meio ambiente.
A importância das ações de mitigação de emissões de gases de efeito
estufa não deve servir de pretexto para a adoção de medidas protecionistas.
É preocupante a possibilidade de que adoção de políticas unilaterais de
comércio seja considerada precedente para a aplicação de medidas
semelhantes por outros países.
As políticas internacionais e nacionais sobre mudanças climáticas
devem, obrigatoriamente, ser consistentes com as regras de comércio
estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Este organismo
internacional deve ser o único foro para a negociação de novas regras
específicas sobre a relação entre comércio e mudanças climáticas.
Do mesmo modo, a adoção de tarifas de ajuste de fronteira (BTAs) deve
ser efetivada apenas mediante acordo internacional no âmbito da mesma
OMC.
Compromisso Social
Levando-se em conta a desigualdade socioeconômica do Brasil, os
compromissos a serem assumidos na COP-15 terão de estabelecer como
prioridade a inclusão social e o nivelamento das assimetrias regionais. Conciliar
estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa com o
crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é, certamente, o
maior desafio desta geração.
A FIESP, como representante do maior parque industrial brasileiro, não
se omitirá diante do impacto global causado pelas mudanças climáticas.
Por isso, liderará o processo de elaboração, pelos seus representados,
de inventários e estudos setoriais de emissões para estimular as empresas a
assumirem, voluntariamente, ações de redução de gases de efeito estufa.
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A COP-15 consiste em mais um passo na construção de um novo
conceito de desenvolvimento, no qual as variáveis socioambientais são
inseridas em um arcabouço maior.
Para que isto se torne realidade, a FIESP entende ser indispensável
contar com a convergência de valores de todos os atores representativos da
sociedade civil brasileira.
Assim sendo, a FIESP reafirma sua responsabilidade em promover a
melhoria da proteção ambiental e assume o compromisso de intensificar a
economia de baixo carbono dos setores produtivos que representa.
Sua posição frente às negociações sobre as mudanças do clima reflete a
consciência do importante papel que desempenha no contexto industrial
brasileiro, o que justifica seu compromisso de prosseguir no caminho do
desenvolvimento sustentável, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida da população brasileira.
PARA O DEBATE:
• Incentivar os diversos setores econômicos a continuar seus estudos de
quantificação de gases de feito estufa emitidos, bem como pesquisas
que apontem os impactos das ações de redução das suas emissões na
competitividade da economia brasileira, viabilizando um
comprometimento maior futuro; e
• Incentivar a transferência de tecnologia as médias, pequenas e
microindústrias, considerando suas respectivas capacidades de
adaptação.
Comércio:
• Refutar legislações nacionais sobre mudanças climáticas que criem
privilégios artificiais e, assim, distorçam o comércio internacional. Para
efeito de políticas regulatórias de comércio exterior relacionadas a
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mudanças climáticas, os mecanismos de flexibilização devem ser
contabilizados nos inventários nacionais, tanto dos países financiadores
quanto daqueles que implementarem a ação;
• Garantir que as políticas internacionais e nacionais sobre mudanças
climáticas que afetem regras de comércio sejam consistentes com os
seguintes princípios: (i) Nação Mais Favorecida; (ii) Tratamento
Nacional; e (iii) Tratamento Especial e Diferenciado para Países em
Desenvolvimento;
• Estabelecer que as metodologias de mensuração da intensidade de
carbono em bens e serviços devam ser acordadas internacionalmente e
adaptadas às especificidades locais de cada país. As iniciativas para a
difusão aos consumidores de informações sobre intensidade de carbono
e eficiência energética em bens e serviços devem ser ampliadas;
• Criar certificações de produtos e processos de produção com objetivo de
mensurar o ciclo de carbono que, necessariamente, considerem
metodologias adaptadas às características e condições dos países, bem
como basear-se em conhecimentos científicos disponíveis;
• Evitar que a concessão de apoio governamental a programas de
mitigação das emissões de gases de efeito estufa constitua-se em
subsídio, nos termos do Acordo sobre Subsídios e Medidas
Compensatórias e do Acordo de Agricultura da OMC;
• Incentivar a transferência dos direitos de propriedade intelectual como
ferramenta para a promoção da inovação de tecnologias de baixo
carbono, garantindo o efetivo acesso de países em desenvolvimento às
ferramentas que visem a maximizar os esforços globais de mitigação
das emissões de gases de efeito estufa. Os modelos de transferência de
tecnologia de baixo carbono em discussão no âmbito global devem
promover tal ação em conformidade com as regras de comércio
internacional;
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• Criar a proteção dos direitos de propriedade intelectual à biodiversidade,
incorporando o seu valor inerente;
• Estimular a criação de mecanismos para que os acordos internacionais
sobre mudanças climáticas possam contribuir para a ampliação de
investimentos em tecnologias e métodos de produção de baixo carbono,
em especial em países em desenvolvimento; e
• Compreender que mecanismos de mercado são mais eficientes e
transparentes para a redução de emissões de gases de efeito estufa e
representam custos menores de adequação do que a imposição de
taxas sobre emissões por meio de instrumentos jurídicos. As tendências
nacionais, inclusive de alguns setores no Brasil, apontam para a criação
de um sistema de taxação direta. Isto representa um retrocesso à
tendência mundial de desenvolvimento de mercados interligados de
carbono. O setor produtivo é contra novas taxas que reduzam a
competitividade do produto brasileiro.
MDL:
• Aprovar uma regulação jurídica brasileira que estruture o
desenvolvimento de projetos e que defina a natureza jurídica dos
créditos de carbono. A partir do momento em que estas definições
jurídicas forem estabelecidas, será possível a ampliação de mecanismos
de financiamento de projetos de redução de emissões;
• Reavaliar o procedimento de aprovação de projetos, essencialmente no
que diz respeito ao processo de validação no Brasil; e
• Reavaliar a extensa burocracia adicionada pelo Brasil ao já tão
burocrático processo criado pela ONU, que onera ainda mais nossos
projetos.
Energia:
• Manter a energia hidrelétrica como o principal componente da matriz
elétrica brasileira, por ser uma das fontes de menor intensidade de
emissão de carbono;
• Adequar a participação das fontes de energias renováveis a partir do
bagaço de cana-de-açúcar e eólica e das não-renováveis, nuclear e gás
natural, como fontes de baixa intensidade de carbono, para garantir a
segurança energética, substituindo e evitando a utilização de fontes
térmicas de alto teor de carbono;
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• Incentivar ações de eficiência energética como um dos componentes da
competitividade e por sua efetividade como instrumento mitigador da
mudança do clima;
• Expandir a utilização de biocombustíveis no transporte de carga do
Brasil, como forma de atender ao previsto no Plano Nacional de
Mudanças Climáticas (PNMC);
• Promover e incentivar a pesquisa de etanol de segunda geração;
• Promover a inserção dos biocombustíveis como ações de mitigação de
outros países, incentivando a adoção de NAMAs de biocombustíveis por
terceiros países; e
• Incrementar a transferência, a outros países, de tecnologias de
produção e utilização de bicombustíveis, oriundas do Brasil.
Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas (LULUCF):
• Defender, com a mais absoluta firmeza, o combate e punição dentro da
lei de desmatamentos ilegais;
• Criar mecanismo sobre redução de emissões por desmatamento e
degradação e considerar ações de conservação, manejo sustentável de
florestas e aumento dos estoques de carbono de áreas já florestadas
(REDD plus), nos termos do parágrafo (i) (b) (iii) do Plano de Ação de
Bali;
• Defender que sejam consideradas, nas novas regulamentações, tanto
florestas homogêneas quanto heterogêneas, estabelecendo a
diferenciação de cada uma destas, valorizando áreas com maior
biodiversidade;
• Considerar as atividades agrícolas conservacionistas, florestas
plantadas e outras envolvendo o uso da terra e as suas mudanças como
mecanismo REDD plus;
• Considerar a contribuição de ferramentas de REDD e REDD plus como
componentes relevantes das ações nacionais (NAMAs) de redução de
desmatamento e conservação de florestas em pé, que permitam gerar
reduções certificadas de emissões passíveis de serem comercializadas;
e
• Garantir que os modelos de mensuração da análise do ciclo de
produção, que levem em conta as emissões resultantes das mudanças
do uso da terra, considerem as características locais de produção.
São Paulo, Brasil, 13 de outubro de 2009
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

The Sustainability Mantra : The future of now

There has been a lot of hullabaloo of late on the topic of Sustainability. What is it anyway? The Worldwatch Institute defines this in one simple sentence – The ability to meet our needs without compromising the ability of future generations to meet theirs.The growing population versus depleting natural resources had always been a cause for concern in the past and is now a glaring reality. The alarm sounded by various research groups and governments on the sustainability issue is a wake-up call for everybody to take stock of the situation before it causes irreparable damage.
Incidentally, sustainability is almost always associated with the impact of our actions on the environment. While that is true to a large extent, sustainability goes way beyond environmental issues alone. Environment, social and economic

Sustainability
factors constitute the three main pillars of sustainability. These pillars are referred to as the “triple bottom line” (TBL) and form the crux of sustainability. Stability of organizations can be measured using the TBL approach in addition to financial performance.
Business activities over the past several years have created many unfavorable and potentially damaging effects such as climate change, exploitation of human rights and unequal distribution of wealth to name a few. Numerous attempts have been made to study interdependence of human economies and the natural ecosystems. Studies have been conducted to incorporate sustainability in our daily lives through ecological footprint analysis and life cycle analysis. Efforts are being made by government, research bodies and organizations to increase public awareness on issues like recycling, renewable energy, energy efficient activities, waste reduction, conservation of natural resources and elimination or control of toxic substances all of which are sustainable practices. Various environmental laws have been passed in countries to curb carbon emissions (Euro 5, U.S. EPA Tier 3 and 4 emission standards), control waste disposal (WEEE Directive– Waste Electrical and Electronic Equipment) and eliminate or control toxic chemicals (REACH – Registration, Evaluation, Authorization and Restriction of Chemicals, RoHS Directive – Restriction of Hazardous Substances and GHS – Globally Harmonized System). Similarly, labor laws exist to protect the rights of workers, antitrust laws to prohibit unfair business practices and many related laws.
Based on the discussion above, it is apparent that there is a deliberate effort to integrate ethics into business and in every aspect of our daily life. After all life is about giving back to the society! This ideology has compelled many companies to incorporate “Corporate Social Responsibility” as an integral part of their business. Successful corporations are those that have looked beyond profits and adopted sustainable strategies in their business activities. During a World Economic Forum meeting in 2002, Bill Gates had commented that it was a healthy sign to have demonstrators on streets, as this was an indication of whether the rich was giving back enough to the world. With forecasts that highlight a population of 9 billion by 2050 and the earth’s resources just being able to support 1.8 billion people at the current levels of consumption it is imperative that we rethink the way we live.
Written by our GSG Sustainability Knowledge Manager : Shobhitha UnikkatShobhitha is a Research Analyst with Solaron Ventures in the Socially Responsible Investing (SRI) space. She analyses companies and industry sectors based on ESG (Environmental, Social and Governance) principles to determine risks, opportunities and trends.