quinta-feira, 26 de maio de 2011

Práticas de negócio sustentáveis

Pesquisa da KPMG International realizada em conjunto com a Economist Intelligence Unit (EIU) indicou que apesar dos principais motivos para as empresas adotarem estratégias de sustentabilidade ainda ser a pressão dos órgãos regulatórios e o potencial de dano à reputação, 60% dos respondentes indicaram maior apoio a métodos sustentáveis no terreno operacional e comercial, uma vez que os benefícios práticos foram obtidos.
O levantamento ‘A Review of Corporate Sustainability’, que foi realizado com 378 empresas de grande e médio porte de 61 países, mostrou que 62% dessas companhias já possuem um programa de sustentabilidade em vigor e que 11% delas já estão desenvolvendo algum projeto nessa área, atualmente.
Das empresas com programas ativos, 61% constataram que manter essa estratégia trouxe mais benefícios que inconvenientes, apesar do aumento de investimento. Esse número aumenta para 72% entre as grandes empresas, com receitas superiores a cinco bilhões de dólares. Uma companhia entrevistada reportou que obteve um retorno financeiro de US$1,50 a US$2,00 para cada dólar investido em um programa de sustentabilidade de longo prazo.
Os benefícios identificados incluem reduções significativas nos custos de energia, melhor relacionamento com clientes e fornecedores e uso mais eficiente dos recursos, especialmente da água. Alguns dos participantes também verificaram que o foco na sustentabilidade estimulou a inovação em suas empresas, estreando novas linhas de produtos e abrindo novos mercados.
“A demanda por processos sustentáveis está se tornando parte do ambiente de negócios. Inicialmente, as organizações podem reagir a isso da mesma maneira que iriam reagir a qualquer outro sinal de seus mercados, mas uma vez que começarem a analisar suas operações pelas lentes da sustentabilidade, a maioria vai constatar que os benefícios comerciais são óbvios e que a agenda de sustentabilidade ganha vida própria”, diz Sidney Ito, sócio-líder da área de Governança e Sustentabilidade da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Um tópico importante entre as empresas que adotaram práticas sustentáveis, porém, é como mensurar sua eficácia e reportar o progresso às partes interessadas. No que tange à prestação de contas, o estudo revela que 38% dos respondentes não têm planos de reportar seu desempenho em sustentabilidade. Os motivos alegados incluem falta de dados e benchmarks confiáveis, além do ceticismo sobre a validade desses relatórios.
Além disso, apesar de 46% dos participantes considerarem que um acordo climático global irá aumentar a pressão regulatória e outros 41% afirmarem que isso também aumentaria seus custos operacionais, a principal ação que essas empresas cobram do poder público é justamente uma regulamentação mais rígida, preferivelmente em uma base internacional. Nesse contexto, mais de 66% das companhias enfatizaram que a regulamentação do segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto (2013 – 2020) é muito importante, por exemplo.

“A prestação de contas sobre sustentabilidade é o caminho para corporações mais eficientes e preocupadas com a boa gestão e governança.. Para eliminar totalmente o ceticismo que cerca as organizações em relação a isso, é preciso fornecer informações melhores, precisas e confiáveis, baseada em uma estrutura regulatória sólida”, conclui Ito.


FONTE: IDÉIA SUSTENTÁVEL