domingo, 18 de abril de 2010

Autoprodução eólica está na mira das indústrias de alto consumo energético

Os grandes grupos industriais brasileiros vão começar a investir em geração de eletricidade para suprir energia para suas unidades fabris estimulados pelo amadurecimento do mercado de energias renováveis e a crescente conscientização do público sobre as mudanças climáticas e questões ambientes, disse à Revista Sustentabilidade o gerente sênior de Investimentos da consultoria Ernst & Young, Luiz Cláudio Campos.


Para ele, empresas do setor siderúrgico, de mineração e outros setores industriais de alto consumo energético vão optar por investir em energia eólica, geração oriunda da biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (CPHs). Tradicionalmente estas empresas, classificadas como autoprodutoras, como Vale, Votorantim e outros grupos de vulto, têm comprado participações em grandes projetos hidrelétricos para suprir suas unidades e fugir dos altos custos da eletricidade fornecida pela rede.

"O mercado está mais maduro do ponto de vista regulatório e isto resulta numa menor percepção de risco," disse.

Segundo um estudo da consultoria, o investimento em energias renováveis no Brasil deve crescer entre 15% e 20% em 2010, não só por causa da percepção de estabilidade e projeções de crescimento do PIB de creca de 5%, mas também por ter conseguido implementar regras mais claras e estáveis e estimular projetos por meio de programas governamentais como o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

O estudo cita um potencial eólico no Brasil de 145 mil megawatts.

O resultado destes movimentos foi o relativo sucesso do primeiro leilão de energia eólica em 2009 que conseguiu emplacar 71 projetos com capacidade instalada total de 1,8 mil megawatts a R$148,00 por megawatt/hora, um preço mais baixo que energia de fonte termoelétrica.

Para ele, existe ainda um problema de acesso a financiamentos que, contudo, pode ser solucionado em parte pelo Proinfa que inclui acesso a linhas de crédito.

TECNOLOGIA
Além de investimentos das empresas de energia para projetos de geração, principalmente de companhias espanholas e portuguesas, o setor eólico deve atrair fornecedores como a alemã Siemens e a argentina Impsa, que estudam construir fábricas para fornecer equipamentos a novos projetos.

Segundo o executivo, um dos resultados desses movimentos será a transferência de tecnologia entre estes setores. Num segundo momento, fundos de investimentos de private equity e venture capital focados em tecnologias renováveis devem também buscar oportunidade de investimentos nas novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas no país.

O arcabouço regulatório exige um índice alto de nacionalização que, de uma certa maneira, protege o país do risco de desnacionalização

"Vejo um forte mercado eólico muito baseado num ambiente regulado," avaliou

Nenhum comentário:

Postar um comentário